1000 para a proposta de redação do ENEM 2017
“Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”, por
que não tem nada mais importante do que conhecer a prova que
vamos fazer!
Você deve ler esse material antes da monitoria e também
acompanhá-lo durante o nosso encontro! Ajuda a despertar dúvidas
se você mesmo escrever uma redação com esse tema!
Logo abaixo você irá encontrar a proposta de redação do ENEM 2017
e, na sequência, as redações nota 1000 corrigidas pela banca
do ENEM 2017!
Redações Nota 1000
Exemplo 1
A Declaração Universal dos Direitos Humanos – promulgada em 1948 pela ONU – assegura a
todos os indivíduos o direito à educação e ao bem-estar social. Entretanto, o precário serviço
de educação pública do Brasil e a exclusão social vivenciada pelos surdos impede que essa
parcela da população usufrua desse direito internacional na prática. Com efeito, evidencia-se
a necessidade de promover melhorias no sistema de educação inclusiva do país.
Deve-se pontuar, de início, que o aparato estatal brasileiro é ineficiente no que diz respeito
à formação educacional de surdos no país, bem como promoção da inclusão social
desse grupo. Quanto a essa questão, é notório que o sistema capitalista vigente exige alto
grau de instrução para que as pessoas consigam ascensão profissional. Assim, a falta de
oferta do ensino de libras nas escolas brasileiras e de profissionais especializados na educação
de surdos dificulta o acesso desse grupo ao mercado de trabalho. Além disso, há a falta
de formas institucionalizadas de promover o uso de libras, o que contribui para a exclusão de
surdos na sociedade brasileira.
Vale ressaltar, também, que a exclusão vivenciada por deficientes auditivos no país
evidencia práticas históricas de preconceito. A respeito disso, sabe-se que, durante o século
XIX, a ciência criou o conceito de determinismo biológico, utilizado para legitimar o discurso
preconceituoso de inferioridade de grupos minoritários, segundo o qual a função social do
indivíduo é determinada por características biológicas. Desse modo, infere-se que a incapacidade
associada hodiernamente aos deficientes tem raízes históricas, que acarreta a falta de
consciência coletiva de inclusão desse grupo pela sociedade civil.
É evidente, portanto, que há entraves para que os deficientes auditivos tenham pleno
acesso à educação no Brasil. Dessa maneira, é preciso que o Estado brasileiro promova melhorias
no sistema público de ensino do país, por meio de sua adaptação às necessidades dos
surdos, como oferta do ensino de libras, com profissionais especializados para que esse
grupo tenha seus direitos respeitados. É imprescindível, também, que as escolas garantam a
inclusão desses indivíduos, por intermédio de projetos e atividades lúdicas, com a participação
de familiares, a fim de que os surdos tenham sua dignidade humana preservada.
Exemplo 2:
A formação educacional de surdos encontra, no Brasil, uma série de empecilhos. Essa tese
pode ser comprovada por meio de dados divulgados pelo Inep, os quais apontam que o
número de surdos matriculados em instituições de educação básica tem diminuído ao longo
dos últimos anos. Nesse sentido, algo deve ser feito para alterar essa situação, uma vez que
milhares de surdos de todo o país têm o seu direito à educação vilipendiado, confrontando,
portanto, a Constituição Cidadã de 1988, que assegura a educação como um direito social de
todo o cidadão brasileiro.
Em primeira análise, o descaso estatal com a formação educacional de deficientes auditivos
mostra-se como um dos desafios à consolidação dessa formação. Isso porque poucos recursos
são destinados pelo Estado à construção de escolas especializadas na educação de pessoas
surdas, bem como à capacitação de profissionais para atenderem às necessidades
especiais desses alunos. Ademais, poucas escolas são adeptas do uso de libras, segunda
língua oficial do Brasil, a qual é primordial para a inclusão de alunos surdos em instituições de
ensino. Dessa forma, a negligência do Estado, ao investir minimante na educação de pessoas
especiais, dificulta a universalização desse direito social tão importante.
Em segunda análise, o preconceito da sociedade com os deficientes apresenta-se como outro
fator preponderante para a dificuldade na efetivação da educação de pessoas surdas. Essa
forma de preconceito não é algo recente na história da humanidade: ainda no Império
Romano, crianças deficientes eram sentenciadas à morte, sendo jogadas de penhascos. O
preconceito ao deficiente auditivo, no entanto, reverbera na sociedade atual, calcada na ética
dilitarista, que considera inútil pessoas que, aparentemente menos capacitadas, têm pouca
serventia à comunidade, como é caso de surdos. Os deficientes auditivos, desse modo, são
muitas vezes vistos como pessoas de menor capacidade intelectual, sendo excluídos pelos
demais, o que dificulta aos surdos não somente o acesso à educação, mas também à posterior
entrada no mercado de trabalho.
Nesse sentido, urge que o Estado, por meio de envio de recursos ao Ministério da Educação,
promova a construção de escolas especializadas em deficientes auditivos e a capacitação de
profissionais para atuarem não apenas nessas escolas, mas em instituições de ensino
comuns também, objetivando a ampliação do acesso à educação aos surdos, assegurando a
estes, por fim, o acesso a um direito garantido constitucionalmente. Outrossim, ONGs devem
promover, através da mídia, campanhas que conscientizem a população acerca da importância
do deficiente auditivo para a sociedade, enfatizando em mostrar a capacidade cognitiva e
intelectual do surdo, o qual seria capaz de participar da população economicamente ativa
(PEA), como fosse concedido a este o direito à educação e à equidade de tratamento, por meio
da difusão do uso de libras. Dessa forma, o Brasil poderia superar os desafios à consolidação
da formação educacional de surdos.
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