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sábado, 30 de junho de 2018

Ouro e Cobiça (Ouro Preto, 1719) - Histórias do Brasil




O artesão Manuel Correia confecciona pequenas imagens de santos. Já há cerca de vinte imagens prontas nas prateleiras da oficina, mas Manuel ainda precisa terminar outras cinco até o final da semana. É o que o seu patrão Antônio Vidal insiste em lembrá-lo. Manuel se mostra tranqüilo e garante que o trabalho estará pronto. Cinco jovens negras, carregando tabuleiros de quitutes, chegam à oficina falando alto e rindo muito. Entre elas está a linda Inácia, que troca olhares e sorrisos discretos com Manuel. As negras são escravas de ganho de Antônio Vidal. Todo dia precisam entregar para seu senhor uma quantia por ele estipulada. Para complementar a renda, às vezes recorrem à prostituição. Seus clientes são os escravos que trabalham na região das minas. Uma a uma as negras entregam para seu senhor o ouro em pó que ganharam em um dia de trabalho e Vidal guarda o ouro dentro de uma das imagens de santo confeccionadas por Manuel. As negras seguem falando alto, contando detalhes de seus encontros com os clientes. Vidal termina de guardar o ouro na imagem e a devolve para a prateleira. Quando percebe que Manuel está de olho em Inácia, Vidal dá uma bronca no artesão e ordena que volte ao trabalho. Vidal, então, manda as negras pararem com a algazarra e as enxota da oficina. Vidal sai e Manuel volta para o trabalho. Na manhã seguinte, Vidal vai à oficina, e não vê sinal das imagens de santo recheadas de ouro. Vidal também não sabe onde está Inácia. E, muito menos, Manuel.

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