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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

                                                                                    Os Francos 



Bárbaros e o Reino dos Francos

  A palavra bárbaro tem, historicamente, um significado diferente do atual. Para os romanos, bárbaros eram aqueles povos que não falavam a língua latina e não estavam subordinados ao seu império. Assim, esses povos podem ser definidos como os não romanos, os que se encontravam além das fronteiras romanas.
As migrações bárbaras

  Os imperadores romanos do século IV, lutando contra a decadência do império, permitiram que os povos bárbaros, especialmente os germanos, nele se fixassem como aliados (soldados, colonos, operários, etc.). Mas, além da chegada pacífica, os bárbaros muitas vezes se introduziram no império de forma violenta.
  As migrações bárbaras foram seguidas de outras invasões à Europa Ocidental, o que ativou o processo de ruralização que se iniciara no Império Romano. O ápice desse processo foi a montagem da ordem feudal. A partir do século V, o modo de produção feudal foi se impondo cada vez mais até se tornar “alto” – daí a denominação de “Alta Idade Média” dada a esse período.
  Resumindo, seriam as seguintes as conseqüências básicas das migrações bárbaras:
  Fragmentação do Império Romano
  Fundação de vários reinos cristãos, com a conversão dos bárbaros.
  Impulso dado ao feudalismo pelas instituições bárbaras, em virtude da decadência do Império Romano e da ruralização.
  Abandono da língua latina, substituída pelas línguas bárbaras (francês, inglês, línguas eslavas, etc.).
  Na fase final do Império Romano, tribos germânicas se instalaram no norte da Itália e no centro atual França, originando o Reino dos Francos, que se tornou o reino mais importante da Alta Idade Média europeia, transformando-se num império semelhante ao dos romanos, embora com características bem diversas e comprometido com a formação do feudalismo.
  Houve duas dinastias (poder pela família) que governou o reino franco: merovíngios e os carolíngios.
Os  Merovíngios

  A primeira dinastia dos francos, os merovíngios, deve seu nome a Meroveu, herói franco na Batalha dos Campos Catalúnicos, contra os hunos de Átila. Contudo, considera-se Clóvis, neto de Meroveu, o responsável pela criação do Estado franco.
  Clóvis venceu os romanos, os alamanos, os búrgundios e os visigodos, conquistando um vasto território. Após a batalha de Tolbiac, em que venceu os alamanos, Clóvis converteu-se ao cristianismo, sendo batizado na catedral de Reims, por São Remígio. Graças a essa conversão, Clóvis ganhou o apoio do clero católico e da maior parte da população da Gália. Após a sua morte, o reino foi repartido entre os seus herdeiros, até que, com Dagoberto, foi estabelecido que o reino teria sempre um só sucessor.
  Depois de Dagoberto, os reis francos foram perdendo sua formação e se sujeitando à autonomia dos senhores feudais. Esses reis são conhecidos, na história francesa, como os “reis indolentes”. Nessa época, as rédeas do poder passaram para as mãos dos prefeitos (ou mordomos) do palácio, que eram verdadeiros primeiros-ministros. Entre esses prefeitos destacou-se Carlos Martel, que impediu a expansão dos árabes na Europa, vencendo-os em Poitiers (Pireneus), em 732.
Os Carolíngios

  O filho de Carlos Martel – Pepino, o Breve – aproveitando-se do prestígio de seu cargo de prefeito e obtendo o apoio do papa, depôs Childerico III, o último soberano merovíngio, no ano de 751. Assim se iniciou a dinastia carolíngia (cujo nome se deve a seu maior expoente, Carlos Magno). Em retribuição ao apoio na luta contra os lombardos, dando ao papado o território de Ravena, com o qual tem início a autoridade temporal do papa.
  Em 768, Carlos Magno assumiu o trono, tendo governado até 814 e tornando-se o maior imperador da Alta Idade Média. Após expandir as fronteiras do império, Carlos Magno foi coroado, no ano 800, pelo papa Leão III, como imperador do Ocidente, surgindo assim, a idéia do renascimento do Império Romano do Ocidente.
  Carlos Magno se uniu a igreja, dando terras em troca de aprovação de mais pessoas, deu terras á duques, marquesas e condes, mas eles deveriam contribuir naquela terra. Para vigiar, foi nomeado um “supervisor” chamado – MISSI DOMINICI.
A divisão do império

  Com a morte de Carlos Magno, o trono foi ocupado por seu filho, Luís, o Piedoso, que se casou duas vezes, tendo três herdeiros: Luís, o Germânico; Lotário; e Carlos, o Calvo. Em 843, finalmente, pelo Tratado de Verdun, ficou resolvido o problema da partilha do império, que foi dividido em três partes: a Germânia para Luís, a Itália para Lotário (Lotaríngia) e a França para Carlos.
Em 911, com a ascensão do duque da Saxônia, extinguiu-se na Germânia, a dinastia carolíngia. Em 987, com a coroação de Hugo Capeto, os carolíngios deixaram de reinar na França. Pouco a pouco, o império foi sendo desmembrado, desaparecendo lentamente a obra do seu fundador.