Império Bizantino
- O Império Bizantino se constituiu da divisão do Império Romano, no ano de 395, em duas partes: Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla e Império Romano do Ocidente, com capital em Milão.
- A cidade de Constantinopla, antes denominada Nova Roma, foi fundada por Constantino no ano de 330, no local onde existia a colônia grega de Bizâncio (hoje Istambul, capital da Turquia), na região entre a Europa e a Ásia, na passagem do mar Egeu para o mar Negro. Protegida por muralhas e cercada de água por três lados, a península sobreviveu às invasões bárbaras em toda a Idade Média.
- Constantinopla havia outras importantes cidades, como Antióquia, Alexandria e Niceia.
- Nessas cidades, além de uma população numerosa, existiam grandes construções, como igrejas, teatros, circos, banhos públicos e hipódromos.
- O principal imperador bizantino foi Justiniano (527- 565), em seu governo o Império Bizantino atingiu o máximo esplendor.
- Enquanto no Ocidente, durante a Alta Idade Média, o Império Romano era devastado pelas invasões de diversos povos, Justiniano conseguia manter a unidade do Império Romano do Oriente, que compreendia a península Balcânica, a Ásia Menor, a Síria, a Palestina, o norte da Mesopotâmia e o nordeste da Ásia.
- Foi também o responsável pela temporária reconquista de grande parte do Império Romano do Ocidente, incluindo a cidade de Roma.
Política
- A organização política do Império Bizantino está caracterizada pela Monarquia hereditária, teocrática e cesaropapista.
- O governo é extremamente centralizador e intervencionista.
- Há um controle rígido do Imperador sobre a Igreja, exército, corte, administração, sistema fiscal e econômico.
- Seu centro político era Constantinopla, pois comandava uma vasta região e muitos povos.
- No poder, Justiniano procurou organizar as leis do Império.
- Encarregou uma comissão de juristas de elaborar o Digesto, uma espécie de manual de Direito destinado aos estudantes, que foi publicado em 533.
- Nesse mesmo ano foram publicadas as Institutas, com os princípios fundamentais do Direito Romano e no ano seguinte concluiu o Código de Justiniano (conjunto de todas as leis).
- As três obras de Justiniano – que na verdade, eram uma compilação das leis romanas desde a República até o Império Romano, foram depois reunidas numa única obra o Corpus Juris Civilis (Corpo de Direito Civil).
Economia
- Situada numa posição privilegiada, Constantinopla era ponto de passagem para os comerciantes que circulavam entre o Oriente e o Ocidente.
- A cidade possuía diversas manufaturas, como as de seda e um comércio desenvolvido.
- A forte intervenção do Estado na economia é um ponto a se destacar. O Estado fiscalizava as atividades econômicas por supervisionar a qualidade e a quantidade das mercadorias.
Religião
- Justiniano procurou usar a religião para unir o mundo oriental e ocidental.
- Procedeu a construção da catedral de Santa Sofia (532 a 537), monumento arquitetônico no estilo bizantino, voltada para a expressão da fé cristã.
- O cristianismo predominou no Império Bizantino, embora tenha se desenvolvido de forma peculiar.
- O Imperador passou a ser considerado o principal chefe da Igreja.
- Desprezavam as imagens, podiam adorar apenas Deus, cuja imagem também não podia ser reproduzida. As imagens eram denominadas ícones, levando os bizantinos a um movimento de destruição conhecido como Iconoclastia.
- Questionando os dogmas cristãos pregados pelo clero que seguia o papa de Roma, deram origem a algumas heresias - correntes doutrinárias discordantes da interpretação cristã tradicional. As heresias deram-se através
- do arianismo que negava a Santíssima Trindade;
- da questão monofisista, esta negava a natureza humana de Cristo, afirmando que Cristo tinha apenas natureza divina (o monofisismo foi difundido nas províncias do Império Bizantino e acabou identificada com aspirações de independência por parte da população do Egito e da Síria).
- As diferenças entre Oriente e Ocidente, e as disputas pelo poder entre o Papa e o Imperador culminaram na divisão da Igreja, em 1054, criando uma cristandade ocidental, chefiada pelo papa e uma oriental, chefiada pelo imperador. Esse fato recebeu o nome de Cisma do Oriente.
- A partir de então, a Igreja Ocidental passou a ser chamada de Igreja Católica Apostólica Romana, liderada pelo Papa. A Igreja bizantina, por sua vez, foi chamada de Igreja Ortodoxa, liderada pelo Imperador.
Sociedade
- A sociedade do Império Bizantino é marcada por ser uma sociedade rigidamente hierarquizada e aristocrática. Vejamos os grupos sociais presentes no Império Bizantino:
- Elite – composta por grandes comerciantes, donos de oficinas manufatureiras, banqueiros, alto clero e funcionários destacados.
- Grupo intermediário – formado por artesãos, pequenos comerciantes.
- Trabalhadores pobres – Era a maioria da população, composta dos trabalhadores das manufaturas, os servos dos latifúndios e os escravos.
Cultura
- A forte religiosidade no Império Bizantino refletiu-se nas manifestações artísticas. Pinturas, iluminuras, afrescos, esculturas, literatura e arquitetura eram expressões artísticas que exaltavam principalmente acontecimentos bíblicos, a vida dos santos, a importância da fé.
- Além do aspecto religioso, a arte bizantina valorizava a figura do Imperador, apresentando-o como um mediador entre Deus e o ser humano.
- A arte bizantina apresentava características romanas, gregas, orientais e cristãs.
- Países como Rússia, Bulgária, Ucrânia e Hungria receberam grande influência cultural do Império Bizantino.
- O alfabeto utilizado nesses países mantém grande semelhança com o alfabeto grego, utilizado no Império Bizantino.
- Além disso a religião predominante nesses países é o cristianismo ortodoxo.
A queda do Império Bizantino
- Com a expansão dos turcos-otomanos no século XIV, tomando os Bálcãs e a Ásia Menor, o império acabou reduzido à cidade de Constantinopla.
- O predomínio econômico das cidades italianas ampliou o enfraquecimento Bizantino, que chegou ao fim em 1453, quando o sultão Maomé II destruiu as muralhas de Constantinopla com poderosos canhões. Os turcos transformaram-na em sua capital, passando a chamá-la de Istambul, como é conhecida hoje.